terça-feira, 24 de agosto de 2010

AlmodoNews







Limpando as teias daqui...e vindo com imagens do queridissimo Pedro Almodóvar, que eu admiro muito.
Começou a rodar ontem (23/08/2010), em Santiago de Compostela, na Espanha, seu décimo oitavo filme. La Piel que Habito (A Pele que Habito) tem Antonio Banderas como protagonista.

Contando um pouco do filme... Banderas será um cirurgião plástico que perde a mulher em um acidente de carro e fica obcecado pela ideia de criar em laboratório uma pele que poderia tê-la salvado.

O filme é inspirado no livro Tarântula, do francês Thierry Jonquet. Nas fotos acima, o diretor espanhol aparece compenetradíssimo no meio das filmagens (a morena é a atriz Elena Anaya).
Aqui esperando mais AlmodoNews para compartilhar com vocês...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cirquish


E olhando meus cd's (mídia quase ultrapassada) achei minha coleção da trilha sonora do Cirque Du Soleil, dentre eles está o cd do espetáculo Alegria, um dos meus espetáculos favoritos do Cirque. Aproveitando um pouco deste momento nostalgia vou contar algumas coisinhas desta indústria circense que reinventou os espetáculos e revolucionou o mundo do entretenimento.

A companhia criada em 1984, na cidade de Montreal, Canadá e atualmente dirigida por Guy Laliberté desde sua criação. Guy faz questão de trazer em seus espetáculos uma síntese da inovação do circo, contando com enredo, cenário, figurinos, maquiagens e com sonoplastia executada ao vivo durante as apresentações. Aqui falarei um pouco do espetáculo "Alegria" um dos que tive o prazer de assistir pessoalmente.


Por mais sofisticados que os espetáculos sejam o Cirque nunca se afastou das raízes do mundo circense e nem da arte de rua. A equipe cria espetáculos com temática exclusiva utilizando única e exclusivamente o talento de seus artistas.

O tema é determinado em primeiro lugar para que a partir dele os artistas e diretores possam criar os outros elementos. Uma característica significativa nos espetáculos é que ambos os espetáculos contam com poucos elementos narrativos deixando assim os espectadores livres para criarem suas próprias interpretações. No Alegria são apresentadas várias temáticas como o poder (mau uso do poder político e sua transferência através das gerações) e o contraste (antigas monarquias e modernas democracias). Para representar tudo isso, todos os personagens do espetáculo se personificam nas figuras de mendigos, crianças, velhos, aristocratas e bobos da corte.

A trilha sonora tem grande influência sobre esse enredo, a trilha sonora do Alegria no caso que desenvolvida pela equipe de criação liderada por René Dupéré, a mesma trilha foi indicada ao Grammy, essa trilha traz uma mistura eclética de estilos musicais, o que faz com que ela retrate mudanças de humor e também de tema. A música também serve como guia para os artistas durante os números, por isso da trilha sonora ser ao vivo, se acaso algum número falhar, os músicos tem a possibilidade de ajustar tempo e volume, improvisando se necessário.




Todas as trilhas sonoras do Cirque apresentam músicas que usam "notas fonéticas" em vez de palavras. De acordo com Parisien, "o uso de palavras bloqueia a imaginação". Parisien acredita que esta característica da ausência de palavras, como no tema de abertura e fechamento do espetáculo, permite a livre interpretação do público, o que torna o Cirque mais universal.

O departamento de cenografia do Cirque du Soleil desenvolve o palco e os equipamentos para cada espetáculo. Duas considerações importantes, a estética e a segurança. No Alegria, os cenários foram desenvolvidos para transmitir os temas poder e contraste. O cenário de Alegría lembra a cúpula de uma igreja, um símbolo de poder com duas escadas, uma de cada lado, para representar o contraste ou "os dois lados".



O desenvolvimento do figurino e da maquiagem é um elemento importante em todos os espetáculos do Cirque. O objetivo do criador de figurino é desenvolver uma roupa que represente um personagem e permita que o artista se apresente com liberdade, tudo isto combinado com elementos estéticos e cuidados com a segurança.

Dominique Lemieux tem criado o figurino de muitos espetáculos do Cirque du Soleil, incluindo o Alegria. Lemieux trabalha com mais de 300 artesãos e 80 criadores na Sede do Cirque para desenvolver, produzir e conservar todos os figurinos para o Alegria e outros espetáculos. No Alegria, Lemieux usou os figurinos para representar o contraste do poder na luta entre a "juventude" e a "velha guarda". Por exemplo, os figurinos usados pelos Anjos Brancos e pelos Velhos Pássaros representam o contraste entre o novo e o velho.

Aqui está como o Cirque du Soleil descreve os personagens Anjos Brancos e Velhos Pássaros:


"Os Anjos Brancos são os graciosos guardiões da Alegria. Ágeis, confiantes e corajosos, os Anjos são a juventude de amanhã. A postura deles é suntuosa, seus braços, como asas, estão sempre elegantemente equilibrados ao lado de seus corpos. Vestidos de branco, com peitorais feitos de ouro e narizes pintados de vermelho, os Anjos apóiam uns aos outros enquanto se revezam saltando pelo ar nas barras russas".

"Os nostálgicos Velhos Pássaros observam o que acontece como se fossem jovens e bonitos, acreditando que o futuro ainda pertença a eles. Admiram seus reflexos em quadros sem espelhos, mas são apenas vazios, sombras do que costumavam ser. Eles são a antiga aristocracia, ainda convencidos do seu poder e beleza. Mas na verdade são loucos, deformados e feios. Eles usam chapéus extravagantes e se escondem atrás de suas roupas floreadas com tons cor de malva, verde e douradas, cheias de rendas, jóias e enfeites".

Lemieux e a equipe de criação de figurino do Cirque fizeram mágica para criar roupas brancas simples para os Anjos e figurinos extravagantes, floreados e máscaras para os Velhos Pássaros. Como o número dos Anjos Brancos é feito nas barras russas, segurança e espaço para o movimento foram levados em consideração para desenvolver suas roupas leves, mas firmes. Usando uma ferramenta especialmente desenvolvida pelo Cirque, os criadores fizeram o figurino dos Anjos Brancos com uma renda específica de linha de pesca. A renda modificada é forte o suficiente para suportar 500 kg de pressão.

O traje do homem forte do Alegria também é altamente inovador. Incorpora mecanismos de suporte discretos, permitindo que o artista levante com segurança os pesos necessários para o número. O figurino para as contadoras de história do Alegria, a Cantora de Branco e a Cantora de Preto, são vestidos feitos com armações e lâminas de aço.

Figurinos do Alegria

Apenas a produção inicial de figurinos para o Alegria precisou de:

10 rascunhos de cada traje;

984 metros de fita;

1.427 metros de renda;

2.263 metros de jérsei de seda;

11 quilos de gliter;

200 perucas de Papai Noel, reformadas para criar cabelo;

O Cirque du Soleil é fascínio para as pessoas em todo o mundo. Misto de idealização, competência, dedicação e intensa criatividade, este magnífico mundo nos mostra como é render-se aos sentidos, confiar nos instintos, correr riscos e enfrentar novos desafios. Reinventar nossos sonhos e nossas realidades.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Gagaísmo?



Hoje tive a surpresa de abrir uma das páginas da web e me deparar com uma notícia um tanto quanto boa, vi que a mais nova revelação do mundo pop, ela, Lady Gaga tinha sido indicada a 13 categorias do VMA da MTV Americana.
Claro, que muitos ficaram felizes e muitos indignados. Como pode uma única artista se tornar um recorde de indicações nesta premiação? Sem falar que ela causa com suas entrevistas, apresentações, vídeo clips, sua ideologia. Coloca homens travestidos dançando e insinuando relações homoafetivas, simula uma assassinato em massa, expõem a pseudo realidade dos artistas, rompe com a realidade e com a fantasia humana.

Essa enxurrada de indicações serviu de muito para nos mostrar que o número 13 não é assim uma indicação de má sorte ou mal pressagio, não talvez no caso de Gaga, afinal o número 13 está lhe trazendo muita sorte e reconhecimento, tanto para o seu trabalho quando para a artista que nos apresenta esse trabalho. Lady Gaga deve sim ser considerada uma revelação, posi a "maluca sem noção" que muitos xingam, questionam e julgam, tem se mostrado uma artista completa, além de ser "maluca sem noção", Gaga traz em sua arte toda uma bagagem de referências históricas, artísticas, ideológicas e sociológicas.
Por exemplo no seu vídeo clip "Telephone", que foi dirigido por Jonas Akerlund e teve a participação de Beyoncé. Gaga nos bombardeia com referências mil, abaixo algumas dessas referências...
Madonna: na cena em que Gaga dança entre as celas do presídio podemos ver fortemente a referência que é feita a Madonna nos anos 90, coreografia, figurino, cabelo, interpretação, atitude.

Pop Art: Das obras de Andy Warhol e Roy Lichtenstein, a cantora e o diretor Jonas Akerlund pegaram emprestados os enquadramentos, as cores saturadas, os diálogos econômicos, as onomatopéias em letras estilizadas e a inspiração para maquiagens e caracterizações marcantes.
David Lachapelle: Este fotógrafo teve sua estética colocada em cada frame do vídeo clip, é uma mistura surrealismo, cores estouradas, sensualidade explícita, humor nonsense e cenários kitsch milimétricamente elaborados.
Todas essas referências acabem sendo personificadas em uma artista, ela pega essas coisas que não são palpáveis mas apenas visíveis aos olhos e lhes da corpo, movimento, voz e uma personalidade inigualavél.
Sempre que fico sabendo de algo sobre ela fico ansioso para saber qual a nova grata surpresa que ela nos traz, claro penso muito da onde um artista vem e para onde ele vai, sabemos muito bem do inicio da carreira dela, dos seus problemas com drogas e tudo mais. Mas ela, a artista deixa bem claro para seus "monstrinhos" (apelido carinhoso da artista para com seus fãs) que seu papel é mostrar a eles que todos nós independente de qualquer condição devemos ter nossa personalidade, devemos ser pessoas vísiveis e críveis.

E claro não posso deixar de comentar a criatividade versátil de Gaga, uma criatividade incrivelmente versátil e volátil, que se molda a cada ocasião... Enfim...estranha, andrógina, volátil, criativa, fake, nonsense...devemos convir que ela sabe muito bem reinventar a arte em mil e uma linguagens.
Suas apresentações são únicas, surreais, futuristas, transgressoras e questionadoras...
Não estou aqui para elogiar ou criticar, estou apenas para comentar aquilo e aqueles que realmente reinventam ou tentam de alguma forma.
Se você nunca deu bola, nunca viu, ouviu ou prestou atenção em alguma coisa dela, vale a pena perder 10 minutos do dia e experimentar um pouco dessa "droga"... Para quem quiser arriscar abaixo segue o vídeo "Telephone" que eu citei acima...

"Eu tenho essa crença esquisita que se eu dormir com alguém, vão levar minha criatividade pela minha vagina", disse a artista. (Lady Gaga em entrevista para Vanity Fair)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ratnevnier


O verbo reinventar tem 10 letras, 4 Vogais e 6 Consoantes. A palavra escrita ao contrário é: ratnevnier.

Ratnevnier, acabei de reinventar uma palavra, apenas mostrando ela de outra forma.

Reinventar: é uma palavra que reúne em si o seguinte significado: o que há não pode mais ser, é preciso ser de outro modo. Ela é auto-aplicável e aplica-se a tudo; absolutamente tudo.

Se analisarmos o mundo, as artes independente de qual seja a forma de produção/reprodução ou linguagem. Tudo que vemos um dia já foi apresentado só que de outra forma e hoje nos é apresentado de forma reinventada.

Tentarei aqui, da forma mais simples possível, ou não, reinventar e inventar significados, ampliar e mudar ângulos de visão, ver o que há além do que se vê, mas sempre de forma objetiva e clara. Quero usar um pouco do meu singelo conhecimento para jogar luz sobre o palco
...sobre o artista...
...sobre o espectador...
......porque a vida é um espetáculo.

"A vida só é possível reinventada." (Cecília Meireles)